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antoniodesousa

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Amigos! Eis aqui o dos olhos de mel! O Poeta!

.MJoão Sousa

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A NOVA MORTE DE O ENCANTADO


Maria João Brito de Sousa

04.09.08

Era a noite de toda a gente,

púlpito de anjos e de espectros

para ele e esses dois metros

do seu catre... um Oriente!

 

O toar da velha guitarra

dos nervos em que os avós

se lhe aguaram - a foz

onde os navios quebraram a amarra.

 

Os seus óculos banais

- um Olimpo a dois postigos

por onde uns deuses amigos

coavam versos imortais.

 

Suas mãos, com cinco dedos

como as que pegam nas enxadas,

eram asas embruxadas,

teares de líricos segredos.

 

A boca - chamas e crisol

da própria forja da beleza-

pregava ao mundo uma certeza

toda de caminhos de luar e sol.

 

Até os pés - prosaicos pés

nos sapatos quarenta e um-

eram-lhe para andar desertos em jejum

como os do povo santo de Moisés.

 

Enfim, senhores! Hoje seria

de todos o maior desde as origens,

se não tivesse a mania

de amar impuras e virgens.

 

 

In - "Sete Luas", 2º edição, Editorial Inquérito, 1954

12 comentários

  • Obrigada pelas palavras, Eduardo. Sabes, hoje embrei-me de que, mais tarde ou mais cedo, vou começar a ter dificuldades em publicar os poemas que ainda não foram editados no blog, pois tenho andado a escolhê-los ao acaso. Um destes dias vou ter de elaborar uma lista do que já foi publicado. Eu e esta minha mania de fazer as coisas ao sabor do que me dita o coração... até gosto de ser assim, mas para uma obra relativamente vasta como a dele, deveria ter adoptado critérios de publicação.
    Um grande abraço!
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    Fisga 05.09.2008

    Olá amiga João. Sabes que eu também sou assim, não tomo nota de nada, e depois quando quero saber o que fiz e não fiz, é que reparo que me perdi. Acontece. Sabes uma coisa amiga? Daqui a 100 anos já não nos enganamos, e nem ninguém os engana. Um abraço. Eduardo.
  • Ora disso podemos nós estar seguros, amigo Eduardo!
    Agora fizeste-me rir com vontade!
    Um grande abraço!
  • Imagem de perfil

    Fisga 07.09.2008

    Olá amiga João. Sabes tenho o costume de aplicar esta frase. Quando faço um favor a alguém ou dou uma ajuda mesmo braçal, eu nunca cobro nada, e depois as pessoas perguntam: Quanto é? Eu digo não é nada. Mas eu assim para a próxima tenho vergonha de incomodar. E eu respondo a rir-me: Disponha sempre, mas só nos próximos 100 anos depois já não aceito que me incomodem. É aquela rir de nós próprios, é mais salutar que rirmo-nos dos outros. Um abraço. Eduardo.
  • É muito mais salutar porque, como tu muito bem disseste, nós não levamos a mal! Eu às vezes também digo que agora não me dava jeito nenhum "ir desta para melhor" porque tenho muito que fazer na semana que vem... outras vezes são as minhas amigas do café que me dizem, quando me vêm mais cansada, : -
    Veja lá, não morra hoje, porque eu ainda não comprei o vestido preto!
    O que é certo é que acabamos todas a rir e o ambiente torna-se muito mais alegre.
    Um abraço!
  • Imagem de perfil

    Fisga 08.09.2008

    Oi Amiga João. É como tu muito bem dizes amiga, É salutar nós divertirmo-nos com os nossos próprios revezes da vida. Um abraço.
  • Imagina tu a tristeza que seria se nos puséssemos todos a choramingar de cada vez que alguma coisa não vai bem...
    Abraço!
  • Imagem de perfil

    Fisga 09.09.2008

    Olá amiga João. Choramingar isso nunca. Temos que respeitar o ditado. (três tesas não pagam dividas) Um abraço. Eduardo.
  • Essa tua nova versão do ditado está uma delícia! Fizeste-me rir com vontade porque me lembrei de mim e das minhas duas amigas!!! As três tesas! : ))))
  • Imagem de perfil

    Fisga 12.09.2008

    Olá amiga João. Isto das três tesas, é uma deturpação que eu fiz ao ditado, eu também gosto de brincar com as palavras. Por ex. Se o meu telefone toca e eu vejo que é uma pessoa minha amiga, eu Não digo, estou ou sim, ou estou sim. Digo Toucinho! E muitas outras assim parecidas. Eu era muito fértil de bom humor, e eu calculei logo que tu te ias rir. Xao um abraço.
  • Eu acho isso uma delícia! E adorei "as três tesas" que tu tão habilmente deturpaste!
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