SONETO DE AMOR
Maria João Brito de Sousa
17.02.09
Nasci com olhos tristes de mendigo,
já no receio desta luta feroz;
mas fui senhor do Mundo, em mim, a sós,
até que veio o amor, meu inimigo.
A quantos me disseram: - "Anda, amigo!
reza, trabalha e canta como nós!"
sei lá que respondi! - À tua voz,
fiz-me de beijos p`ra noivar contigo...
E a tua carne - êsse luar que esmaga -
se a possuí foi como um corpo à vaga,
com o mêdo raivoso dos vencidos.
Passaste... agora eu todo sou passado;
se comigo fiquei pacificado,
só me restam farrapos dos sentidos!
Imagem retirada da internet