TROVAS DE COIMBRA
Maria João Brito de Sousa
11.02.08
As duas últimas quadras destas TROVAS DE COIMBRA vieram, posteriormente, a dar origem ao conhecido fado SAUDADES DE COIMBRA.
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TROVAS DE COIMBRA
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Meu destino de estudante,
que hei-de ser por toda a vida,
foi ir andando adiante
duma Coimbra perdida.
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Fui às aulas nos Gerais
-a "cabra" a chamar por mim-
lá me formei, por demais,
mas só Deus sabe o meu fim.
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Minha Coimbra, quem prova
como eu provei teu sabor?
António da Lua Nova,
menino do teu amor.
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Só tu, meu Anto moreno,
lá da Torre a vigiar
se o luar voga sereno,
se já passou o luar...
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Coimbra - Santa Isabel,
como tu, linda e doente!
De manhã favo de mel;
cravo roxo ao sol poente.
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Oh Coimbra do Mondego
e dos amores que lá tive!
Quem te não viu anda cego;
quem te não ama nem vive!
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Do Choupal até à Lapa
foi Coimbra os meus amores,
a sombra da minha capa
deu no chão abriu em flores.
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In - LIVRO DE BORDO
Editorial Inquérito
1ª edição - 1950
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