RUGA
Maria João Brito de Sousa
26.11.08
Memorando Álvaro Pinto.
A João Castro Osório.
Eu não me sei: ando a enganar a vida
e sou de amor ao luar desta negaça!
(Mesmo na voz de uma canção perdida
cabe um indício da divina graça.)
Mas não deites mais sonho, mão de Deus!
no vago deste velho coração.
Quero certeza como luz dos céus
e diga meu destino sim ou não.
(Cabelos brancos dão negra colheita
à fome que subiu de há tantos anos.)
- Peregrino de sombras e de enganos,
porque pedes verdade a padres-nossos
no deserto de gelo dos teus ossos?
In "Livro de Bordo", 2º edição, 1957
Imagem retirada da internet