HÁ CENTO E DEZ ANOS NASCEU OUTRO MENINO...
Maria João Brito de Sousa
24.12.08
ANTÓNIO DE SOUSA (25.12.1898 - 16.04.1981)
O longo percurso de António de Sousa inicia-se, nos finais da segunda década do século XX, sob o signo do "Saudosismo", publicando, então, o poeta "Cruzeiro de Opalas", 1918 e "O Encantado", 1919 (sob o pseudónimo de António de Portucale).O seu nome figura, depois, nas revistas que preparam o aparecimento da Presença, como Bizâncio e Tríptico, tendo sido inclusive um dos reponsáveis pela publicação desta última. A Presença, lugar de convergência do que de mais vivo se passa na literatura portuguesa entre 1927 e 1940, e que incluirá em 1937 nas suas Edições o quarto título de António de Sousa. A "Ilha Deserta" vai ser determinante na aproximação do poeta ao espírito do Modernismo. Ele e Afonso Duarte, igualmente oriundo do Saudosismo, exemplificam bem o que é o poder de atracção da "folha de arte e crítica" de Coimbra junto dos que estão, então, empenhados na renovação do nosso lirismo. A que se refere David Mourão-Ferreira, e para que alguns presencistas deram um importante contributo, é um dos aspectos onde melhor se torna notada a modernidade da poesia de António de Sousa.
In Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português
Verbete do Professor Doutor
Fernando J. B. Martinho
(Continua)