ARIANE, JEUNE FILLE RUSSE
Maria João Brito de Sousa
16.01.09
Ágeis, as suas mãos querem voar;
falam de incertas, vagabundas viagens
e nos seus olhos, cheios de miragens,
dançam raios de sol e de luar.
Sua bôca, talhada p`ra beijar,
sofre. No seu sorriso erram imagens
duma dor condenada a não chorar:
vislumbres de enigmáticas paisagens...
Flexível como um ramo de salgueiro,
seu corpo tem a graça de uma onda
e é forte como o arco de um guerreiro!
É a fonte no deserto e o vento em calma
e a pedra de ara e os oiros de Golconda
o mistério sem par da sua alma!
In "Caminhos", Lisboa 1933