DESPEDIDA
Maria João Brito de Sousa
26.03.09
Flor de luxo, frívola e bela!
- O não subir à janela
dessa impossível virgindade
não me sabe a demência:
se fujo, é certo, da ci~encia
de quanto é inútil combater
vestido só de verdade.
Peixe de cores num rio claro!
- A sede bebe a água e deixa o peixe...
Vena outro pescador e o pague caro;
faça o preciso;
empenhe as barbas, o juízo
e não se queixe!
As minhasvelas são para a raiva do vento!
Rudes, não é o sopro de um beijo que as enfuna:
- Filha de El-Rei, guarda os teus patos na laguna!
Eu levo o sonho em que tu voas como o vento.
In "Sete Luas", 2ª Edição, Editorial Inquérito, 1954
Imagem retirada da internet