OS "ACASOS" DA BLOGOSFERA
Maria João Brito de Sousa
07.01.10
A UM POETA-SENHOR
-Miguel de Sousa Azevedo
Soube um dia, há idos anos, que uma Alma, nortenha e fugidia, tinha em tempos passado p'la "Presença", onde tantos dedos célebres, de acérrimos defensores de direitos e poder, pintaram as letras da cor-do-Mundo. Certa noite, em Descoberta, mergulhei, em "Livro de Bordo", num mundo de sonetos e rimas, cujas paragens ou simples cais de descanso, cujas mensagens ou simples marés em balanço, me fizeram por vezes tremer, em nome dos Cabos das Descobertas que em mim já tinha feito. Lembro então uma visita, ao quarto ano de vida, e que o escuro da memória só deixa passar em imagem, em que a Forte figura lá estava, um tanto acabada, mas bela, imponente e barbada, pela cintura, e em mim subiu ao coração Linhas e letras de folhas, amarelas pelo tempo, li e reli desde então Um forte impulso de querer virar o tempo é a linha constante e a fusão Do amor pelos outros com a incompreensão... o reconhecimento das obras, não é nunca, por si só, o verdadeiro indício daquilo que um Homem vale. Vou querer-te sempre, como foste Tio António de Portucale Porto, 26-OUT-1998 (Este Poema escrevi-o em lembrança do meu Tio-Avô materno António de Sousa. Um dos Homens da "Presença" e um dos menos lembrados geniais poetas deste país...)
|