DO NOSSO AMOR
Maria João Brito de Sousa
09.03.09
Amor! Que doce é a vida de quem ama!
- De perto são os beijos e os abraços;
De longe a saudade, que é uma chama,
Como de estrêla que nos guia os passos.
Que bem me sabe a graça do teu nome!
(Como cantiga de água pelo Agosto)
-Faz-me alegria a dôr que me consome
E é manhanzinha á hora do sol-posto!
Humilde, o meu orgulho é ter amado
Nos teus olhos mortais a luz dos céus
- Nem sei se tanto amor será pecado!...
Pecado!? - E á minha prece comovida,
Ouvir dizer, baixinho, a voz de Deus:
- Para quem ama assim, bemdita a vida.
Coimbra, Natal de 1925
Poema, com a grafia original, retirado de um folheto da Tuna Académica da Universidade de Coimbra, impresso na tipografia União em 1927.